2/04/2015

Por que desisti de escrever livros

Escrever livros (e publicá-los). Um dos meus maiores sonhos (e um dos mais bobos também). Quando me perguntavam o porquê, por que ser escritor, Alysson?, eu dizia: “Pra sentir o prazer de ser lido por alguém que você nem conhece. Pra contar as estórias que você imagina a pessoas que vão admirá-las!”. E todo mundo concordava (ou ao menos entendia o que eu queria dizer).

Por isso, mesmo com dezenove anos, ainda não havia desistido de ser um escritor. De ver meu nome impresso em letras garrafais numa capa. De ter fãs. De ser foda. De dar entrevistas. De ter minhas estórias adaptadas a outras mídias. De ser famoso. Sei que é um sonho idiota, mas é sincero. A maioria das pessoas que mais admiro são escritores: sejam de livros, de músicas ou de poemas. São as pessoas mais admiráveis pra mim.

E tem a perpetuidade que o livro traz: uma vez escrito e impresso, ele estará lá para sempre. É uma obra de arte. Mesmo quando seu criador não existir mais, seu nome será eternizado nas obras. Exemplos não faltam: Shakespeare, Emily Brontë, Monteiro Lobato, José de Alencar, Machado de Assis, Agatha Christie, Charles Dickens, Tolstói; todos memoráveis. Eternos na literatura. Quem não quer ter seu nome jamais esquecido?

Pensando nisso, estava procurando assuntos relacionados ao processo de escrita de livros quando me deparei com o belo artigo, o qual recomendo fortemente a leitura, Publicar em papel? Pra quê? do Digestivo Cultural, que me fez perceber que já realizei meu sonho. Eu sou um escritor. Talvez não tenha livros com meu nome na capa, nem fãs ou fama. Mas estou feliz com isso. Afinal, meu principal desejo é ser lido não importa se numa tela de um computador ou numa folha de papel.

Além de ser totalmente realista ao falar do mercado editorial brasileiro, ele mostra que não há mais sentido em editoras e livros de papel. Além disso, você já parou pra pensar no alcance que um livro de um autor iniciante tem? Quase zero. Que livraria em sua sã consciência compraria dezenas de livro de um autor que ninguém nunca ouviu falar? Que editora vai ligar pra autores iniciante tendo seus atores best-sellers vendendo como água?

Percebi o mais importante: eu já tenho um livro publicado. Na verdade seria mais uma coletânea. E ela se chama Blog Repertório. Nesse meu livro, há uma compilação de pensamentos, estórias, poemas, músicas, e tudo que faz parte de mim. O livro mais sincero que jamais escrevi. E eu sei que tem gente que lê e gosta do que lê. Sei que tem gente que comenta, que discute, que reflete sobre minhas palavras. Essa é a recompensa do escritor. E eu já a tenho. O que querer mais?

Isso não quer dizer que de maneira nenhuma publicarei um livro meu. Isso só significa que estou ciente que meu sonho mais bobo, que é ser lido, está sendo realizado há quase quatro anos (e não pretendo acabá-lo) sem que eu nem percebesse. Agora quando me perguntarem qual o meu maior sonho, responderei “Continuar sendo escritor”.

PS.: Como consequência disso, o Um Dragão no Meu Quintal foi cancelado como livro e vai aparecer por aqui assim que eu terminar de escrever. As postagens com as partes da estória serão apagadas. Mas talvez eu até lance uma versão em e-book ou pdf. Talvez.

That’s All, Folks!
A. Lopes
Postado em 2/04/2015. Tags: /
A. Lopes

Estudante de Sistemas de Informação metido a escritor e webdesigner. Amo ficar deitado vendo séries no netflix, escutando música ou vendo vídeo de gameplay no Youtube. Programador por necessidade, gosto de aprender coisas novas sempre.

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