2/12/2016

O Grande Gonzalez: Humor ‘porta’ numa experiência Netflix

No começo de Fevereiro, o grupo Porta dos Fundos liberou no Youtube sua série produzida para o canal fechado Fox no ano passado, “O Grande Gonzalez”. Todos os episódios foram liberados na mesma hora e uma playlist deixa você assistir a série sem interrupções (como no Netflix) já que o Youtube reproduz o próximo episódio de forma automática. Segue a minha análise e não se preocupe que não tem spoilers.

Vamos à sinopse:

Durante uma festa infantil, o ilusionista Gonzalez (Luis Lobianco) faz um truque de mágica, no qual ele fica acorrentado em uma caixa e precisa escapar antes que o ar acabe. Porém, algo dá errado e o mágico morre, tragicamente. Quando as investigações da polícia apontam para um assassinato, cada integrante da festa se torna um suspeito e é interrogado.

Como dá pra perceber pela sinopse, o plot segue uma linha de história parecida com a da novela global “O Rebú”, onde os episódios são na verdade flashbacks do dia fatídico em que a festa aconteceu. Ao assistir a série percebe-se várias referências pop, sátiras a plots de filmes Hollywoodianos como “Truque de Mestre” e até mesmo a Scooby-Doo em suas falas forçadas que nos traz o riso.

Com apenas 10 episódios de meia hora, é aquele tipo de série que dá pra ver rapidinho em um dia só. Cada episódio foca em um dos suspeitos narrando, durante o interrogatório, o que fez durante a festa infantil em que o assassinato aconteceu.

Os principais suspeitos de assassinar o mágico Gonzalez

Apresentando o típico “humor porta” a todo momento com críticas ácidas a política e rascismo, por exemplo, de uma maneira natural e que sempre fazia sentido no contexto da narrativa, eles conseguiram inserir esquetes no mesmo formato apresentado no canal deles do Youtube e que funcionariam muito bem isoladas, fora do contexto da série, como uma cena de poucos minutos.

A narrativa é bem curiosa e diferente, se parecendo com séries porra louca como Community, Parks and Recreation e The Office na maneira como os personagens são exagerados e até caricatos em alguns casos, mas funcionam perfeitamente no contexto da série que leva esse humor escancarado até o limite.

Alguns personagens se destacam; como o palhaço que sempre é medonho e suspeito feito por Fábio Porchat, a madrasta ninfomaníaca interpretada por Clarice Falcão, o cara do cachorro-quente lunático por teorias da conspiração interpretado pelo fofíssimo Totoro e o detetive que se disfarçou de travesti para salvar o mundo interpretado pelo João Vicente de Castro.

Com relação à solução do mistério (quem matou Gonzalez) , ela é um tanto quanto absurda e sem pé nem cabeça, o que de certa maneira combina com a premissa da série e a narrativa grotesca, absurda e maravilhosa construída ao longo dos episódios. O final chega até a discutir as altas expectativas do expectador (que são propositalmente frustradas) quanto à season finale. Vale lembrar ainda que a série termina com uma ponta solta e um gancho para uma possível (e provável) segunda temporada.

Ficou interessado em assistir? Segue o link da playlist com os 10 episódios e boa maratona!

Postado em 2/12/2016. Tags: /
A. Lopes

Estudante de Sistemas de Informação metido a escritor e webdesigner. Amo ficar deitado vendo séries no netflix, escutando música ou vendo vídeo de gameplay no Youtube. Programador por necessidade, gosto de aprender coisas novas sempre.

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